‘Moonwalk’ imperfeito: músico revela Incidente em show de Michael Jackson
O cantor Michael Jackson completaria 67 anos em 29 de agosto de 2025, mas morreu aos 50, em 25 de junho de 2009, em sua residência em Los Angeles, nos Estados Unidos. A tragédia ocorreu a menos de um mês da turnê This Is It , que marcaria seu retorno triunfal aos palcos após anos sem se apresentar em shows. Na véspera de sua morte, Michael havia ensaiado até tarde e, ao chegar em casa, recebeu a medicação que não o deixou acordar mais.
As autoridades concluíram que a causa foi uma parada cardíaca provocada por overdose de anestésicos administrados pelo médico pessoal, que acabou condenado por homicídio culposo. A notícia abalou fãs no mundo inteiro e revisitou lembranças de sua trajetória única.
O cantor foi um artista que quebrou barreiras raciais na música, conquistou fãs de todas as idades e teve sua vida marcada por polêmicas envolvendo mudanças físicas, acusações de abuso infantil e especulações sobre sua vida pessoal.
Infância e primeiros passos na música

O começo de uma lenda: Michael Jackson e seus irmãos no Jackson 5, marcando o início de uma carreira histórica
Michael Joseph Jackson nasceu em 29 de agosto de 1958, em Gary, Indiana, sétimo filho de Joe e Katherine Jackson. Cresceu em um lar humilde, mas cercado de música e disciplina. Seu pai, Joe, tinha grandes expectativas para os filhos e acreditava que o talento musical poderia proporcionar melhores condições para a família. Desde muito pequeno, Michael mostrava afinidade com o canto e o ritmo, imitando canções que ouvia na rádio e nos ensaios dos irmãos, mesmo sem compreender todas as palavras.
O pequeno Michael acompanhava de perto os ensaios do grupo formado pelos irmãos, que tocavam em eventos locais, shoppings e festivais de caridade. Escondido, ele cantarolava e imitava passos de dança, demonstrando uma sensibilidade e técnica impressionantes para a idade. Essa presença silenciosa nos bastidores chamou a atenção dos pais, que logo decidiram colocá-lo como vocalista principal do grupo, que mais tarde se tornaria o famoso Jackson 5.
O impacto de Michael foi imediato. Com apenas 11 anos, ele iniciou a carreira profissional ao lado dos irmãos, combinando voz afinada, carisma e habilidades de dança que já impressionavam o público. A presença de palco do jovem astro transformou o grupo em um fenômeno local e, depois, nacional, abrindo caminho para que Michael se tornasse um dos maiores artistas do mundo. Sua dedicação e talento precoce definiram os primeiros passos de uma trajetória que marcaria para sempre a história da música pop.
Vida pessoal e transformações físicas

O astro Michael Jackson: comparação entre antes e depois das mudanças físicas
A vida de Michael Jackson foi marcada por mudanças físicas e experiências que moldaram sua personalidade única. Diagnosticado com vitiligo, ele disfarçava inicialmente as manchas com maquiagem, mas com o avanço da doença precisou recorrer a procedimentos que uniformizaram sua pele, resultando no embranquecimento que gerou debates e especulações na mídia.
Em 1984, um acidente durante a gravação de um comercial deixou seu cabelo em chamas, causando queimaduras graves no couro cabeludo e dores contínuas, o que também o levou à dependência de analgésicos. Além disso, cirurgias plásticas no nariz e no rosto despertaram críticas e curiosidade sobre sua aparência, tornando sua transformação física um dos assuntos mais comentados do século.
Desde a infância, a fé teve um papel importante na vida de Michael. Ele era Testemunha de Jeová e, por isso, não comemorava o Natal nem algumas tradições comuns, até que, em 1993, a amiga Elizabeth Taylor trouxe a primeira celebração para ele. Em 1987, Michael se desassociou da religião, após questões relacionadas à carreira e à repercussão de Thriller, mas sua fé continuou a influenciar sua vida pessoal e seus valores, reforçando sua visão sobre compaixão, solidariedade e respeito.
Marcado por uma infância rígida e privada de muitas brincadeiras, Michael se identificava com a figura de Peter Pan e buscava reconstruir a infância que não teve. Esse desejo se materializou em Neverland, seu rancho inspirado na “Terra do Nunca”, completo com parque de diversões, zoológico, cinema e jardins exuberantes, que se tornou um refúgio e espaço de diversão para amigos, familiares e crianças.
A paternidade também era um sonho realizado: do casamento com Deborah Rowe nasceram Prince Michael I e Paris Jackson, e, em 2002, veio o terceiro filho, Prince “Blanket” Michael II, cuja mãe nunca foi revelada publicamente. Apesar de seu amor pelas crianças, sua vida foi marcada por acusações de abuso infantil, que, mesmo sem condenações, afetaram sua imagem e finanças, criando uma complexa “montagem” entre sucesso, polêmicas, fé, desafios pessoais e transformação física.
Brasil, 1996: They Don’t Care About Us e a força do Olodum

Gravado com participação especial do Olodum, o clipe levou os tambores baianos e a estética das comunidades brasileiras para os quatro cantos do mundo
Em 1996, Michael Jackson desembarcou em Salvador para transformar o Pelourinho em cenário de um dos momentos mais marcantes da música pop. Ao lado do Olodum, ele gravou They Don’t Care About Us, sua canção mais politizada, misturando o peso dos tambores afro-baianos à força de sua voz. O resultado foi muito além de um videoclipe: um manifesto visual contra a desigualdade e a opressão. No ar, ecoava a frase que se tornaria inesquecível — “Michael, Michael, eles não ligam pra gente!”.
O impacto foi imediato. Gravado com a participação do grupo baiano, o clipe levou a estética das comunidades brasileiras para os quatro cantos do mundo. A imprensa internacional, no entanto, criticou a decisão, acusando Michael de explorar imagens de pobreza. No Brasil, a recepção foi completamente diferente. Salvador se viu representada: o Pelourinho ganhou protagonismo, e a “Casa Número 8”, de onde o astro cantou para a multidão, virou ponto turístico. Seu Carlos, dono do imóvel, viu seu comércio prosperar, e até fragmentos da sacada viraram souvenires disputados.
Poucos dias depois, em 11 de fevereiro, Michael seguiu para o Rio de Janeiro, onde faria as filmagens no Morro Dona Marta, na Zona Sul. A escolha foi marcada por tensões: políticos temiam que a gravação “manchasse a imagem” da cidade, justamente em um período em que o Brasil sonhava em sediar as Olimpíadas de 2004. A polêmica chegou até Brasília, com tentativas de barrar os vistos de trabalho da equipe. Mesmo assim, a autorização do então prefeito César Maia, combinada com negociações com a Polícia Militar, a Guarda Municipal, a Associação de Moradores e até com o tráfico local, garantiu a realização das filmagens.
Cercado por forte esquema de segurança, Michael caminhou pelas ruas estreitas da comunidade e usou como camarim uma casa simples do morro. Vestindo uma camiseta do Olodum, ele cantou e dançou entre os moradores, que se tornaram figurantes espontâneos do clipe. Mais do que uma gravação, aquele momento foi um gesto político: enquanto no clipe alternativo gravado nos Estados Unidos ele denunciava a brutalidade policial e carcerária, no Brasil Michael mostrou que estava disposto a dar visibilidade à realidade de comunidades invisibilizadas. Entre Salvador e o Rio, sua passagem marcou a música pop e transformou a forma como o mundo enxergava o Brasil.
Thriller: o álbum que mudou a música
Lançado em 1982, Thriller transformou Michael Jackson no Rei do Pop. O videoclipe da música-título tinha 12 minutos e revolucionou a indústria, misturando cinema e dança com temática de terror, zumbis e lobisomens. Thriller conquistou o Grammy de melhor vídeo musical longo e três prêmios no MTV Video Music Awards (VMA).
O sucesso foi imediato. Em pouco tempo, o álbum quebrou barreiras raciais, consolidou Michael como ícone global e tornou-se o disco mais vendido da história, com mais de 66 milhões de cópias comercializadas. Mais do que um álbum, Thriller redefiniu a cultura pop e estabeleceu padrões de produção musical e audiovisual que influenciam até hoje artistas no mundo todo.
Billie Jean: uma fã obsessiva e um hit histórico
“Billie Jean” surgiu de uma experiência perturbadora vivida por Michael no início dos anos 1980, quando uma fã alegava ser mãe de seu filho e enviava cartas, fotos e ameaças. A situação o deixou ansioso e paranoico, mas serviu de inspiração para a canção, que traz referências indiretas a esses acontecimentos.
Quase ficou de fora do álbum Thriller, pois o produtor Quincy Jones achava que a música era longa demais e que o nome poderia confundir com a tenista Billie Jean King. Michael defendeu a faixa e o sucesso foi estrondoso. Billie Jean ganhou dois Grammys, apresentou o moonwalk ao mundo e teve o primeiro videoclipe de um artista negro exibido regularmente na MTV, consolidando seu legado.
Heal the World: a música que inspirou solidariedade
Lançada em 1992, Heal the World destacou o lado humanitário de Michael Jackson. Com letras que defendem compaixão, tolerância e cuidado com o próximo, a música se tornou um hino de paz e solidariedade, criticando a indiferença e a violência no mundo.
O impacto da canção foi tão grande que inspirou a criação da Heal the World Foundation, organização voltada a ajudar crianças carentes e apoiar campanhas humanitárias. Interpretada em eventos beneficentes, Heal the World consolidou Michael não apenas como artista, mas como símbolo de esperança e transformação social.
